sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Meu problema com o shadowing

Meu problema com o shadowing

Shadowing é uma técnica de melhoramento da pronunciação em um idioma estrangeiro, ou, caso você queira mudar de sotaque ou de modo de falar, no seu próprio idioma.

Ela consiste em usar fones de ouvido e repetir o que diz uma gravação ao mesmo tempo que se ouve, semelhante ao que as pessoas costumam fazer com as músicas que gostam ( cantar a música enquanto a escuta ). Você vai seguir a sombra da fala, por isso o nome shadowing.

Óbvio que não é esperado que você se acostume a um material "de primeira", por isso é esperado que você treine com ele algumas vezes antes de "pegar o jeito" de fazer o shadowing com ele.

Aqui tem um vídeo da técnica shadowing demonstrada pelo seu próprio inventor, Prof. Alexander Arguelles, um poliglota e acadêmico que fala por volta de trinta idiomas. No vídeo, ele está andando sobre uma ponte enquanto repete o que escuta em um áudio que, nesse caso, está em chinês.

Entrando no canal dele, e buscando por shadowing, vocês vão encontrar vários outros vídeos. É o padrão dos vídeos que ele publica ( os quais, aliás, são muito bons ) serem longos e em linguagem formal, como se fossem palestras dadas em uma universidade.

A técnica é ótima e dá certo, mas eu tenho um problema com ela.

A técnica foi inventada por Alexander Arguelles para o seu próprio uso e, portanto, foi feita para atender às necessidades do próprio Alexander Arguelles, antes de qualquer outra coisa.

Alexander Arguelles é um pesquisador e professor universitário. Como passa a maior parte do dia sentado, ele precisa de um tempo para se movimentar, e a técnica de shadowing foi moldada para atender a essa necessidade. Por isso ela utiliza áudios, e não vídeos, pois usar vídeos exigiria que ele ficasse parado, ou que andasse muito devagar.

Mas por que usar vídeos seria melhor do que utilizar áudios? Eu explico.

A aquisição de pronunciação envolve três fatores básicos.

O primeiro fator é a restrição geográfica. Nós escutamos e imitamos modelos somente de uma área geográfica específica. Se possível, somente de uma cidade específica. Na prática, é isso o que acontece quando você faz um intercâmbio.

Eu já encontrei americanos que ignoraram esse princípio enquanto aprendiam português, e terminaram com um sotaque que é uma mistura do português do Brasil com o português de Portugal.

O mesmo pode acontecer com você, caso não tome cuidado. Baixar e imitar áudios da internet sem prestar atenção de qual região geográfica eles estão vindo pode não te levar a lugar nenhum. Até mesmo os sotaques de Los Angeles e de New York são bem distintos. Se você gosta da Librivox, ela tem uma tabela que separa todos os leitores de audiolivros por sotaque, descrito em detalhes. Fora isso, a Wikipédia tem listas de pessoas famosas de cada cidade do mundo, as quais você pode escolher como modelos para imitação de pronúncia.

Uma boa ideia é escolher um modelo que tenha bastante material gravado, como entrevistas ou filmes, e imitar somente aquela pessoa. Mas não é uma boa ideia se dispersar entre vários modelos, de várias cidades e culturas diferentes.

O segundo fator é o contato visual. O contato visual não é obrigatório na aquisição de pronunciação, mas é muito importante. 

A memória de um som é muito mais fraca em nossa mente quando ela não está ligada à expressão facial de uma pessoa. Também fica mais difícil de entender como os sons são produzidos, principalmente se você nunca produziu eles antes na vida.

Embora o áudio tenha a vantagem da liberdade ( você pode escutar enquanto se movimenta, ou enquanto faz alguma atividade na qual não poderia ver um vídeo ), se você está sentado na sua mesa, ou em alguma situação que permita alta concentração no que você está estudando, não há motivo para não dar preferência a vídeos ao invés de áudios. A aquisição de pronunciação será muito mais rápida. 

O terceiro fator é, finalmente, a própria imitação da exposição sonora. Esse fator é frequentemente considerado em isolamento, isto é, como a única coisa importante, enquanto os outros dois ( contato visual e restrição geográfica ) são esquecidos. Talvez seja esta a causa das pessoas terem tantos problemas com aquisição de pronunciação de idiomas estrangeiros. 

Mas mesmo em uma situação de intercâmbio, de estar morando no país de língua estrangeira, muitas pessoas deixam de fazer qualquer esforço em imitar aquilo que estão ouvindo assim que percebem que já se fazem por entender, e permanecem com um sotaque de estrangeiro pelo resto da vida. 

Já outras pessoas, que nunca nem sequer foram no país, tem pronúncia quase de nativo, porque quiseram melhorar o seu sotaque e tiveram foco em imitar um modelo ou um grupo de modelos específico, de uma região específica, e deram ouvidos ao feedback sobre a sua pronunciação que recebiam de nativos, tais como professores ou language exchange partners.

terça-feira, 2 de agosto de 2016

What does it mean? sério

sério

The word sério means -- you guessed it -- serious. 
However, the way it works next to certain verbs can make you commit serious grammatical crimes.

ser sério
I am serious. If it means:
I am (a) serious (person).
Then it can be translated as:
Eu sou sério.

levar a sério
I'm taking it seriously.
Eu estou levando a sério.

estar sério
I am serious (right now).
Eu estou sério.

You can't translate serious about as sério sobre.

I'm serious about learning Portuguese.
Eu estou levando aprender português a sério. Right.
Eu estou sério sobre aprender português. Wrong.

I'm serious about us.
Eu estou levando a gente a sério. Right.
Eu estou sério sobre nós. Wrong.

As with every expression that depends a lot on context, it's better to see many real world examples in a row, rather than try and explain all tiny grammatical details.

A good way is to see how ser sério, levar a sério, and estar sério were used during the last twenty four hours within the blogosphere.

As how estar sério returns some Spanish results but little to no Portuguese results, chances are you'd rather be looking for estou sério.